No olhar de nuances âmbar
as certezas e dúvidas diárias
de vontades e desilusões
da dor, do amor, do Cristo.
No olhar distante, luzes diáfanas
e um refratário colorido dispersa
determinações e determinismos
de um adulto tão criança e menino.
De um olhar vadio e perspicaz
onde a destreza contorna a sombra das letras
ou apenas observa a poesia nua e fria
que jorra em fontes de inspiração.
Do meu olhar ápices da transfiguração
de um olhar espiritual que vigia
meus atos, meus fatos, meus fardos
pesados e satisfatórios e exuberantes.
Do olhar das estrelas lumes e cumes,
translucidez a flor da pele e da vida
e da morte tão eterna que o infinito arrefece
e a mente esquece e relembra os dias.
Do olhar divino inexorável a misericórdia
que transborda e anula e vislumbra a criação
de uma pétala inóspita e do ladrar do cão
e então, suas pupilas regem as incontáveis galáxias.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Nuno Rabelo
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