E foi em uma noite de almas libertas
qu’eu encontrei a face da morte
e ela sorriu escarnecida para mim
e me levou para um passeio sideral.
Subi e desci as escadarias do infinito
e ela me mostrava o que tinha de bonito
e havia luzes bruxuleantes nos arredores
e havia nuvens e um caminho sem fim.
Planei por sobre as almas que se aninhavam
nos gélidos calafrios dos fins do inferno
e havia seres que trabalhavam incessantemente
carregando archotes e levando o socorro até ali.
Me recolhi aquela gruta de onde olhei um arrebol
e era o arrebol dos tempos em eterno crepúsculo
e não havia nem dia nem noite e não havia tempo
mas havia um vazio de pensamentos e sensações.
Então encarei os olhos ocos da morte e sorri
e ela calou e ceifou as visões reveladoras
e eu cai em espasmos nos abismos da vida
e eu refleti no coração o pulsar das estrelas.
E foi na aurora das almas que eu retornei
e contemplei novamente aquele sorriso
então a morte soltou as minhas pálidas mãos
então a morte se virou calada e caminhou sozinha.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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