Mergulho na noite nefasta
que a vida desgasta sem dó nem pudor
e na fresta do tempo contínuo
em solidão a pino eu falo da dor;
que insana consome minh’alma
e varre minha calma
em ventos constantes calados
sussurrando no ouvido meu fado.
Mergulho em noite funesta
sem prazeres nem festas
nos cumes de desgostos
que consomem meu rosto;
que olha febril nos espelhos
pensando no nada de nada sem nada
jogado em calçada e cabeça ao meio-fio
tremendo de frio e calor do inferno.
Enfrento essa noite insensata
sem balas de prata; e nenhum lobisomem
só a alma do homem cansado da vida
seguindo na lida lambendo a ferida;
que inflama e apodrece
nem cura nem padece
essa carne consumida
resquícios de lembranças perdidas.
Enfrento essa noite presente
infeliz e incontente
nesse medo incontinente
de morrer sem seu beijo;
que é o que eu desejo
e é o que eu preciso
mas ainda eu não tenho
e assim me contenho.
E mergulho nas noites funestas
em solidão doente e nefasta
e o auge de tudo já não interessa
pois o que me resta é a saudade de ti.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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