Entre penumbras dessa candeia
vejo sombras fugindo furibundas
dessa luz bruxuleante perseguidora
que é a essencial mantenedora.
Vejo nos becos e vielas todas as visagens
se ocultando desse lume espectral
já são tolhidas e ceifadas da sua coragem
já não pertencem nem ao bem e nem ao mal.
E as batalhas tão fustigadas já não são mais
só o arrebate é o agora e é sem perdão
o Olho de Hórus do sol vigia todas as almas
enquanto Anúbis pesa e desvela os corações.
Aqueles dias em que vós ristes das minhas palavras
vêm à lembrança nessa tão dúbia resolução
e d’alma o pranto reflete pasmo essa contrição
mas, agora é tarde e o que é providente não falha.
Desaba e cala sem mais alguma prerrogativa
eu acompanho e também dirijo-me ao julgamento
onde serei também talvez esmorecido
e recordarei todas as falhas e todos os desígnios.
E a consciência transfixará as dimensões
e um novo prisma se apresentará límpido
então seguirei ao encontro dos meus
e cada um seguirá ao encontro dos seus.
E a providência continuará ecoando
todos os verbos e vontades de Noús.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: NASA/ESA - Nebulosa de Órion
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