O inferno queima na fronte
do homem que reclama de tudo;
se é frio ele chora suas dores
se é calor sua falta de amor.
O inferno que é irreal, mas é tão real
e queima nos dias o sol das brasas
que o homem coloca embaixo dos seus próprios pés
depois reclama de novo que quer somente o gozo.
O inferno está nas valas e nas fumegantes balas
que homem cava ao seu cadáver em podridão
que o homem se deita bem antes de seu coração
e sofre contorcendo as vísceras querendo perdão.
O inferno está na mente do ser descontente
que chora o veneno bebido com satisfação
e inventa um diabo que atenta os seus pecados;
desculpas fúteis para fugir da própria realização.
Pobres demônios que levam todas as culpas
dessa orbe de covardias e falta de bom senso
eu sou homem tão humano e disso ao certo eu lamento
mas, meu inferno mora longe, muito longe do consenso.
E eu acendo velas para meus anjos em todas as
encruzilhadas...
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Gustave Dore - Inferno
Nenhum comentário:
Postar um comentário