Foi uma palavra dura que ecoou
por noites e noites de solidão
e adentrou por eras marcada n’alma
de uma centelha de luz humanizada.
Foi uma palavra que deixou marcas
e pecados escritos e descritos nas tumbas
daquelas existências que eu um dia vivi
e que um dia eu morri algumas vezes.
Foi uma palavra que ressuscitou a poesia
e transpôs todos os sonetos
e serenatas
que eram ditos nos becos de um luar de prata
que fazia luzir o ouro dos olhares apaixonados.
Foi uma palavra sem medidas e que feriu
amores e causou alegrias e causou tristezas
e causou cataclismos nas profecias dos dias
e causou um verso impune de dor lancinante;
que não foi o bastante, mas foi marcante
que deixou cicatrizes por vidas após vidas
e por mortes após mortes de sentimentos
e das vontades que foram feitas promessas.
Foi uma palavra dura que eu queria desculpar
e limpar os rancores que ela proferiu sem pensar
e reescrever e gritar todas as cantigas de amor
mas, foi uma palavra tão dura que não guardei mágoas.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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