Sou somente a voz que cala em crepúsculo
Grito em saudade, rechaçado em peito mudo
Conde das letras definhando em cadernetas
Semblante vago busca a amada em suas veredas
Sou eu somente em mil cantigas de tristeza
Nessa fornalha de arrebóis tão decadentes
Forjando cores tão frias quanto minh’alma
Que urge amor para ressurgir em sua ribalta
Durante os tempos em flores pisoteadas
Desgastes crassos em desdobras corporais
A mente escracho em diluentes alternados
Olhares foscos em coração fragmentado
Nessa penumbra um lusco-fusco em minha vida
Embriagado e entorpecido de sua falta
Ao teu encontro tenho urgência em caravelas
Seguindo os ventos, mar em rebento ao som de flautas
Acolhe a carta que em garrafa foi viajante
E enxugue o pranto nesse olhar doce e rutilante
A minha chegada que é tão tardia contem amor
Em frascos repletos eu tenho a cura dessa dor
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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