terça-feira, 12 de junho de 2012

Saudade em Peito Rechaçado

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Sou somente a voz que cala em crepúsculo
Grito em saudade, rechaçado em peito mudo
Conde das letras definhando em cadernetas
Semblante vago busca a amada em suas veredas

Sou eu somente em mil cantigas de tristeza
Nessa fornalha de arrebóis tão decadentes
Forjando cores tão frias quanto minh’alma
Que urge amor para ressurgir em sua ribalta

Durante os tempos em flores pisoteadas
Desgastes crassos em desdobras corporais
A mente escracho em diluentes alternados
Olhares foscos em coração fragmentado

Nessa penumbra um lusco-fusco em minha vida
Embriagado e entorpecido de sua falta
Ao teu encontro tenho urgência em caravelas
Seguindo os ventos, mar em rebento ao som de flautas

Acolhe a carta que em garrafa foi viajante
E enxugue o pranto nesse olhar doce e rutilante
A minha chegada que é tão tardia contem amor
Em frascos repletos eu tenho a cura dessa dor


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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