Habito
essa cidade fantasma de hipóteses
Onde os
portões escancarados desconvidam
E as
sombras de um mesmo obelisco se multiplicam
Desorientando
os mapas cartográficos de Colombo
Durmo em
chão batido... Quando durmo
Temo os
lobos do amanhecer, de olhos atentos.
E os
fantasmas nos edifícios olham-me de soslaio
Desconfiados
que eu descerrasse as cortinas do sol
Mas entre
uivos e uma vegetação rasteira
Eu armo
arapucas com os espinhos da vida
Tentando
capturar as cores que fugiram
E foram
morar em uma aurora boreal
Tantos
foram os deslizes sem diretrizes
Mas esse
lar é muito frio nos dias de verão
Por isso
que eu bebia o néctar dos deuses
E
embriagava-me em poesias torpes
Mas a
independência dos sentidos foi aclamada
E deixei
as gardênias solitárias em meu quintal
Joguei
minha velha carcaça aos lobos famintos
E
mergulhei despido do peso dos pecados
No mar de
areia das ampulhetas da criação...
Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google
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