Lá vai o homem da chuva
Lavando as recordações
Correndo em guarda-volumes
Lá vai ele com seu grito
Incrustando perolas em um arrebol
Lá vai o homem da chuva
Acompanhando nuvens de absinto
Embriagando os guarda-sóis
Lá vai ele como enxurrada
Desviando dos obstáculos
Vai e vem trazendo arco-íris
Trazendo lavouras de histórias
Todas férteis e verdejantes
Como aquele vendaval
Lá vai o homem carregando girassóis
Carrega chuvas e temporais
De amores e de flores... Nina os escaravelhos
E na boca da noite guizos de trovões
Lá vai ele relampejando vidas
Ele vai e vem como garoa
Nas noites de luar sertanejo ele é vapor
Lá vai o homem da chuva... Derramando nuvens
Levando embora os secos pastos do amanhã
E seu sangue nasce em seiva brilhante
Também em cisternas de poesias e de estrelas
Lá vai ele...
Ele é o homem da chuva
Vozes de mil furacões
E adormecido em tormentas
Carregou ao cimo do mundo a família de Noé
Lá vai ele! Nas corredeiras de um pensamento meu...
Ele é o homem da chuva...
Jonas
Rogerio Sanches
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