Pluriversos em universos
Somente os versos
Todos dispersos
E há amarras em planetas fúnebres
Empanturrado, dilacerado, entrecortado
Em Capadócias e Babilônias
Planto jardins desenterrados
Mil cores, mil flores, todas são begônias
Em universo tão controverso
Gritos de dor em Constantinopla
Ou mais um verso agora inverso
Deteriorando nesse reverso
E às voltas com ponteiros de relógio cuco
As estrofes repudiam o tempo das notas
Em trinares da meia-noite em uma sala de jantar
Em rugidos do meio-dia em um zoológico qualquer
São universos e pluriversos, não mais comuns,
todos inversos, dispersos em versos, reversos;
e no relógio um retrocesso, mais um planeta nasceu.
Então apaguei meus versos
Apaguei todas as luzes
E as estrelas
E os vaga-lumes
E dormi no escuro vácuo de meu quarto assustador
E o relógio cuco já deixou de trinar nas meias-noites
O que se ouve são somente as areias do tempo a divagar
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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