Eu já fui tempos antigos
Hoje em ruínas o passado
E o pretérito já é imperfeito
Agora sou ponteiros de relógio
Eu já fui vãs profecias
Hoje a pitonisa já não é mais virgem
E nas folhas de chá o rei viu a morte
Agora sou à sombra de sol devasso
Eu já fui o escrivão dos pergaminhos
Hoje são palavras soltas nos ventos
Deterioradas pelos anos dos desertos
Agora sou a própria história escrita em sangue
Eu já fui os primórdios desse infinito
Hoje o finito retém a mente limitada
Presa em grilhões terrestres
Agora sou a chave das dimensões de minha consciência
Eu já fui poema, hoje às vezes sou poeta,
deitado em planetas imaginários, sem luas;
pintando telas em nuvens de cetim,
por onde se esconderam as torres de Merlin.
Eu já fui poeta...
Hoje são somente letras distorcidas
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
Talvez por ter sido tudo isso, você hoje é de fato um grande poeta. Parabéns, caro poeta!
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