Pensamentos sintetizados em plurais
Descosidos em panelas de ideias fritas
Onde os redemoinhos colhem ventos
E as catacumbas já não servem mais
Pensamentos mortos nas hecatombes
Entre mil banguelas e um farfalhar agonizado
E eu não corri mais por entre os cordeiros
Pois meus ouvidos zumbiam como dois cata-ventos
Singulares olhares de um embrutecido capitão
Que em cerrado e sertão comestíveis
Degustava corações de cangaceiros
E os novos pensamentos clareavam Lampião
Velhos e novos pensamentos se aglutinando
Em viravoltas de um moinho entorpecido
D’onde tiro águas tão cansadas e a sede permanece
Em gargantas tão agonizantes que as plantas sussurram
Olhe essas cores infernais nesse letreiro que vende covas
Só mais um pensamento monopolizado empurrando caixões
E as vitrines foscas entre roupas degustadas as traças
Alimentam os olhares mercantilizados das moças de cetim
Pensamentos e pensamentos corrosivos
Uma soda caustica e um brinde mal engolido
Compro almas, compro canetas de várias propagandas
Mas meus pensamentos são suores das penas antigas
Pensamentos e mais alguns melindres de letras pálidas
E o garçom espera a gorjeia suja em um dinheiro imundo
Minhas vestes contêm furos de brasas de cigarro
E o cara no estacionamento quebrou a vidraça do mundo
No regresso somente um som bem anos cinquenta
Tipo um Bob Dylan com distúrbios emocionais
No portão meus cachorros uivam minha chegada
E o despertador antigo toca as cinco pra'seis
Mais um dia, outra poesia, cheia de coisas e letras
Meu travesseiro esta empanturrado de sonhos mal dormidos
E a janela emperrada não tem cortinas, são os solares raios
gritantes
E o que ficou foi somente um tardio querer,
e a sobriedade guardada em pensamento...
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário