sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cinco Pra'Seis

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Pensamentos sintetizados em plurais
Descosidos em panelas de ideias fritas
Onde os redemoinhos colhem ventos
E as catacumbas já não servem mais

Pensamentos mortos nas hecatombes
Entre mil banguelas e um farfalhar agonizado
E eu não corri mais por entre os cordeiros
Pois meus ouvidos zumbiam como dois cata-ventos

Singulares olhares de um embrutecido capitão
Que em cerrado e sertão comestíveis
Degustava corações de cangaceiros
E os novos pensamentos clareavam Lampião

Velhos e novos pensamentos se aglutinando
Em viravoltas de um moinho entorpecido
D’onde tiro águas tão cansadas e a sede permanece
Em gargantas tão agonizantes que as plantas sussurram

Olhe essas cores infernais nesse letreiro que vende covas
Só mais um pensamento monopolizado empurrando caixões
E as vitrines foscas entre roupas degustadas as traças
Alimentam os olhares mercantilizados das moças de cetim

Pensamentos e pensamentos corrosivos
Uma soda caustica e um brinde mal engolido
Compro almas, compro canetas de várias propagandas
Mas meus pensamentos são suores das penas antigas

Pensamentos e mais alguns melindres de letras pálidas
E o garçom espera a gorjeia suja em um dinheiro imundo
Minhas vestes contêm furos de brasas de cigarro
E o cara no estacionamento quebrou a vidraça do mundo

No regresso somente um som bem anos cinquenta
Tipo um Bob Dylan com distúrbios emocionais
No portão meus cachorros uivam minha chegada
E o despertador antigo toca as cinco pra'seis

Mais um dia, outra poesia, cheia de coisas e letras
Meu travesseiro esta empanturrado de sonhos mal dormidos
E a janela emperrada não tem cortinas, são os solares raios gritantes
E o que ficou foi somente um tardio querer,
e a sobriedade guardada em pensamento...


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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