Enveredando-me por campos vejo uma porta
que pelos dias carregam as noites e infinitos
e no horizonte nuvens de sonhos no céu transbordante
se misturando em luas e sóis e meus sentimentos.
Enveredando-me por amores impossíveis e bucolismos
vejo nascer no âmago o fogo azul e o lirismo
que move a pena e que bebe a tinta amanhecida
nas folhas dispersas dos cadernos velhos da minha vida.
Raros momentos são os que ficam nos olhos guardados,
nos olhos da alma, pois a visão do corpo é luz refratária
nascida aos reflexos singelos complexos indeferidos
que pediam em um lápis de ponta afiada o seu abrigo.
A ideia oclusiva dos versos descritos são indiferentes
pois, ainda resta um bocado de caminhos a serem idos
pois, ainda existem um bocado de livros a serem lidos
e nas serestas a serem escritas versos polivalentes.
Enveredando-me pelas veias do sangue da terra
eu bebo da força do cosmos no leite da virgem
e derramo nas linhas meu olhar de sal e mercúrio
então, encerro hermeticamente meu espírito em mim.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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