Todo o silêncio dessa sequela e destruição
envolve a vida na despedida da sensação
e aquela busca quem sabe nobre e verdadeira
foi utopia que por noites e dias prevaleceu.
Agora o gosto desiludido de um solitário
entregue ao tempo entre as lacunas inanimadas
que interagem a mente sórdida à madrugada
e no rosto ainda um sonho inacabado.
Verão e amores, inverno e horrores tão irreais;
nada de novo, nada de velho e nada mais
somente a fronte gemendo ao vento enegrecido
que é como um sopro de um Deus convalescido.
Todo silêncio agora em grito de desaforo
rompendo a fera real e as regras desse decoro
que vem contido de olhar temível à minha meta
de desdobrar entre outras linhas a frase certa.
De que adianta toda abastança sem alma alguma
pois, se a vontade irrompe limpa dissolve a bruma
então os rumos dessa jornada se transparecem
então os olhares já tão distantes se desconhecem.
E no amanhecer a poesia deságua à foz da aurora
e já não importa os tons das cores e nem as rosas
que outrora ríspidas feriram-me em seus espinhos
que agora murchas me olham dos seus jardins escassos.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Starlit Sky
Caro Jonas
ResponderExcluirBelo poema, onde ainda há lugar para o Sonho! E como ele é «inacabado», ainda pode continuar a sonhar.Aqui há algo de positivo entrelaçado com o negativo.Belas metáforas!
Ainda bem que os «horrores» são «irreais». E há uma vontade capaz de «dissolver a bruma». Poema belo,forte,másculo! As minhas felicitações por escrever tão bem.
Uma ótima semana
Um abraço da
Beatriz
Muito obrigado pelas palavras Beatriz, um dia repleto de Paz e Luz a ti.
ExcluirAbraços!