terça-feira, 11 de junho de 2013

Do Silêncio do Amanhecer

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Todo o silêncio dessa sequela e destruição
envolve a vida na despedida da sensação
e aquela busca quem sabe nobre e verdadeira
foi utopia que por noites e dias prevaleceu.

Agora o gosto desiludido de um solitário
entregue ao tempo entre as lacunas inanimadas
que interagem a mente sórdida à madrugada
e no rosto ainda um sonho inacabado.

Verão e amores, inverno e horrores tão irreais;
nada de novo, nada de velho e nada mais
somente a fronte gemendo ao vento enegrecido
que é como um sopro de um Deus convalescido.

Todo silêncio agora em grito de desaforo
rompendo a fera real e as regras desse decoro
que vem contido de olhar temível à minha meta
de desdobrar entre outras linhas a frase certa.

De que adianta toda abastança sem alma alguma
pois, se a vontade irrompe limpa dissolve a bruma
então os rumos dessa jornada se transparecem
então os olhares já tão distantes se desconhecem.

E no amanhecer a poesia deságua à foz da aurora
e já não importa os tons das cores e nem as rosas
que outrora ríspidas feriram-me em seus espinhos
que agora murchas me olham dos seus jardins escassos.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Starlit Sky

2 comentários:

  1. Caro Jonas
    Belo poema, onde ainda há lugar para o Sonho! E como ele é «inacabado», ainda pode continuar a sonhar.Aqui há algo de positivo entrelaçado com o negativo.Belas metáforas!
    Ainda bem que os «horrores» são «irreais». E há uma vontade capaz de «dissolver a bruma». Poema belo,forte,másculo! As minhas felicitações por escrever tão bem.
    Uma ótima semana
    Um abraço da
    Beatriz

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    1. Muito obrigado pelas palavras Beatriz, um dia repleto de Paz e Luz a ti.

      Abraços!

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