terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sonhos Apocalípticos

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Eu tive sonhos proféticos
e eram mais que poéticos
e eram sinais dialéticos
onde eu vislumbrei o final.

E era um céu de dois sóis
e eram eternos arrebóis
onde choviam estrelas
como uma grande cachoeira.

E os pássaros cantavam anjos
nas vielas realejos e banjos
nas igrejas eram mil harpas
e nos lagos sinfonias de carpas.

Eu contemplava sem poder fazer nada
e, nos olhares um cáustico desespero
que fulguravam as pessoas com medo
e, no cosmos um rugir de terremoto.

E os tempos passavam remotos
os relógios já eram ignotos
somente os gritos eram os sons
e um grande temor era a sensação.

Foram tempos de apocalipses
durante os três dias de eclipse
foi o caos precedendo a harmonia
foi o princípio dos novos dias.

Então toda horda celeste se prostrou
e uma voz inaudível se fez ouvir
e, todo o verbo divino se refez em paz
e minh’alma se transfigurou e partiu.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Zdzislaw Beksinski


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