Eu tive sonhos proféticos
e eram mais que poéticos
e eram sinais dialéticos
onde eu vislumbrei o final.
E era um céu de dois sóis
e eram eternos arrebóis
onde choviam estrelas
como uma grande cachoeira.
E os pássaros cantavam anjos
nas vielas realejos e banjos
nas igrejas eram mil harpas
e nos lagos sinfonias de carpas.
Eu contemplava sem poder fazer nada
e, nos olhares um cáustico desespero
que fulguravam as pessoas com medo
e, no cosmos um rugir de terremoto.
E os tempos passavam remotos
os relógios já eram ignotos
somente os gritos eram os sons
e um grande temor era a sensação.
Foram tempos de apocalipses
durante os três dias de eclipse
foi o caos precedendo a harmonia
foi o princípio dos novos dias.
Então toda horda celeste se prostrou
e uma voz inaudível se fez ouvir
e, todo o verbo divino se refez em paz
e minh’alma se transfigurou e partiu.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Zdzislaw Beksinski
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