Quero gritar o meu amor ao mundo
também a dor que aflige o submundo
gritar a fome que avassala o homem
e a bala de prata que mata o lobisomem.
Quero beber no cálice do infinito
também morrer todos os dias frios
gritar a sede que resseca a terra
e penalizar com a morte os crimes de guerra.
Quero calar, mas sei que não consigo
também impor a paz aos inimigos
gritar a cura desse mundo infame
e ceifar as vozes desse inútil ditame.
Quero voar por entre os aviões
também planar por entre mil balões
gritar dos ares muitas boas novas
e fazer chover um temporal de rosas.
Quero cavar todas as profundezas
também bater nas portas do inferno
gritar ao fogo a minha voz de inverno
e na foz do limbo desagrilhoar as almas.
Quero escrever tudo em poesia
também riscar o céu de analogias
gritar aos ventos todos os lamentos
e libertar a humanidade de todos tormentos.
E nas aflições apocalípticas eu calarei.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Entardecer em Querência - MT por Homero Sergio
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