È o resquício de mim
desfalecido em pó da terra
desfazendo aquela guerra
interna que refletida
nos espelhos da minha vida
qu’em cânticos se encerra.
È o resquício da flor
desfalecida no pó do amor
regenerada de toda dor
que consome a luz d’alma
que se entrega com toda calma
aos caminhos e ao transpor.
È o resquício do sol
resignado pelo arrebol
num mergulho crepuscular
sem a certeza que vai voltar
ao novo dia pela manhã
sem a convicção de um amanhã.
È o resquício da poesia
se entranhando a luz do dia
ou se fazendo as madrugadas
nessa penumbra de dor calada
e a sensação é a solidão
que fragmenta meu coração.
È o resquício do mundo
que eu conheci em outras vidas
agora vejo crianças famintas
e um porvir de escuridão
onde a morte é semeada
onde minh’alma chora calada.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Observatório Chandra - resquícios da morte de uma estrela na Grande Nuvem de Magalhães
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