Hoje publiquei meu 4º livro, "Relíquias da Alma"
pelo Clube de Autores, adquira seu exemplar pelo link:
https://clubedeautores.com.br/book/137197--Reliquias_da_Alma
"Prefácio"
https://clubedeautores.com.br/book/137197--Reliquias_da_Alma
"Prefácio"
Fiquei muito agradavelmente surpreso ao receber o gentil
convite do Poeta Jonas Rogério Sanches para prefaciar este seu livro, Relíquias
da Alma. Perscrutar a alma de um livro, a alma de um poema ou a alma de um
poeta é tarefa laboriosa, complexa e delicada; contextualizar as relíquias
dessa alma de forma sumarizada, é um ofício ainda mais minucioso, quiçá
impossível.
Sob o prisma biológico, as pessoas são realmente fascinantes: células
interagindo em perfeita harmonia a favor de uma existência cognitiva em
constante evolução, onde sinapses e reações metabólicas promovem o pensar,
influenciam o agir imaginativo e determinam o fazer racional. Quando essas
pessoas nascem com dons e talentos artísticos aflorados, nelas se revela um
outro prisma de admiração: o prisma artístico-criativo. Por esse segundo
prisma, as pessoas se mostram ainda mais fascinantes. O poeta é assim; Jonas
Rogério Sanches é assim. Quando os sentimentos e as emoções deflagram em Jonas
o processo de transpiração artística, o que vemos como resultado é tão rico e
belo que muitas vezes chegamos a pensar que o artista nem pertence a esse nosso
mundo material, que às vezes ele estranha o seu próprio invólucro físico: é o
enlevo causado pela poesia.
A poesia de Jonas que acontece aqui neste livro é bela, reluzente, fascinante.
Em seus poemas, o fator da musicalidade está sempre presente pela menção de
arranjos e acordes que nos proporcionam uma harmonia agradável, suave e
equilibrada quando os lemos. Além da musicalidade, Jonas traz frequentemente à
poesia imagens telúricas que grassam entre o real e o irreal, se comportando
como alucinações psicodélicas de uma lucidez pujante. É também flagrante que
sua lira produz metáforas em abundância. Não raro, o poeta povoa ricamente suas
composições com figuras míticas que parecem se divertir entre os versos, num
cenário lírico pleno de luzes e cores.
Os poemas de Jonas dispensam rótulos. Se são poemas ou metapoemas parnasianos,
arcadistas, românticos ou modernos, para o leitor parecerão quase sempre versos
conceituais, escritos com o cerne de sua alma inquieta, generosa e em constante
erupção criativa. Trata-se de uma alma poética distinta que se forja na
inconcretude dos seus pensamentos, que se lapida em sua avidez por desvelar
sentimentos e açoitar os seus medos, companheiros de jornada de um poeta que
renasce diariamente na plenitude daquilo que ele confessa como solidão
efervescente.
Nesta coletânea de poemas, o Poeta Jonas Rogério Sanches se desnuda
artisticamente e revela um eu-poético que grita pelo sol e pela lua, que conta
estrelas e que se encanta com a amplitude do firmamento em sua busca de voar
para dentro de si mesmo; assim, ele adormece enfeitiçado e acorda sob os
aplausos dos raios refulgentes que emanam dos seus estros. Elementos siderais
são referências recorrentes na poesia de Jonas, de onde jorram lavas de
inspiração incandescente se transformam em pérolas, carinhosamente guardadas em
seu alforje cósmico de valores e conceitos.
Ademais, Jonas tem uma incrível capacidade de se abstrair do cotidiano e
perpetrar os meandros do seu próprio universo. Lá, ele vê cores invisíveis,
ouve a retumbância do silêncio e toca a inconsistência do belo. Em seus versos
criativos aqui apresentados, vemos que até mesmo as letras confabulam,
constroem e desconstroem emoções, lapidando incansavelmente o êxtase e o enleio
da poesia até obter a cristalinidade por ele almejada. São poemas que evocam a
filosofia, o auto-conhecimento, a subjetividade do pleno, objetividade do
vazio, o misticismo, a sabedoria, a fantasia e as tramas secretas que pontilham
a cizânia entre os paradigmas do seu sentir em poésis.
Ler esta obra de Jonas Rogério Sanches foi para mim, acima de tudo, um imenso
prazer: foi uma viagem aos mais férteis vales da sexta arte, um mergulho
profundo em águas revoltas e translúcidas de pureza poética onde encontrei
verdadeiras relíquias da alma de poeta extraordinário.
Jorge Montenegro
Brasília, 05 de Novembro de 2012.
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