sábado, 17 de novembro de 2012

Dias de Escuridão

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E naquela manhã onde o sol se foi
eu me prostrei  a luz da vela eterna
e tranquei minha alcova para a treva
e calei minha voz e orei e vigiei e pranteei.

E do leste cavaleiros trouxeram a morte
e houve gemidos e ranger de dentes
e o céu em sangue escureceu as visões
e calei minha voz e orei e vigiei e pranteei.

E do oeste a peste varreu todos os males
e houve gritos angustiantes e tenebrosos
e a escuridão prevaleceu por toda a galáxia
e calei minha voz e orei e vigiei e pranteei.

E do sul veio um vento e um silêncio nunca ouvido
e não houve misericórdia e o medo consumiu
e os filhos clamaram pelos pais que choravam
e calei minha voz e orei e vigiei e pranteei.

E do norte miríades de estrelas rasgaram firmamentos
e o fogo consumiu todas as imundícies e cessou
e faltou água e os mortos se alimentaram dos mortos
e calei minha voz e orei e vigiei e pranteei.

E o que foi dito se fez em verdade acontecimento
e foram os dias de renovação e resignação
e em toda a esfera terrena não se ouviu lamentações
e eu agradeci e continuei e orei e vigiei e sequei meu pranto.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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