Ouço o mundo e vozes na minha mente
que ziguezagueiam entre as estrelas
que bebi naquele banquete sideral
e nas esquinas os esquifes estão vazios.
Ouço uma gaita assoviar um blues antigo
que viravolteia lembranças e boemias
por onde meus olhos buscavam sonhos
e nas sarjetas partituras de Led Zeppelin.
Ouço vozes gritantes na beira do abismo
e elas cantam canções há tempos esquecidas
por onde sustenidos e bemóis entrelaçados
dançam festins como eu e você.
Reboliços de sons ecoam nas paredes cerebrais
e meus neurônios são curtos circuitos bifásicos
em harmonias celestiais compostas antigamente
no ventre d’onde nasceu a última pitonisa.
São alguns rabiscos copiando a música de mim
que retumbam pelas curvas das vias temporais
mas, o tempo que eu me lembro já é passado
mas, o vento que eu comando é sopro gelado;
então encosto minhas costelas magras na poltrona
e desligo a televisão, desligo o sol e o som,
para poder olvidar todas as angústias silentes
que insistem em deturpar meus versos avessos.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Magritte - La meditation
Gosto muito do artista da imagem e também dos sons do poema. Grande abraço!!!
ResponderExcluirBom dia Malu e obrigado pelo seu apreço!
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