Esquinas profanas, encruzilhadas,
com sementes de alguma planta alucinógena
e barulhos sinistros vindos da mata
tão virgem com seus filhos elementais.
Esquinas profanas, encruzilhadas e botequins
repletos de kamikazes da segunda guerra
bebendo saquê em copos plásticos
mas, seus aviões já não tem conexões.
Esquinas profanas, mucamas e encantamentos
chicoteados aos gritos pelo sacerdote
e ao longe luzes pálidas de holofotes,
e ao longe uma fogueira cercada de dançarinas.
Esquinas profanas, camas, lençóis e gemidos
nas janelas de motéis baratos que não posso pagar
mas, na sarjeta um naco de pão velho;
salvador do meu almoço, pedaço do meu jantar.
Esquinas profanas, encruzilhadas,
pactos de um guitarrista jazzístico alucinado
e também mais um diabo, velho e corcunda,
e um alforje com lamparinas e almas penadas.
Esquinas profanas, versos sussurrados e poesias,
místicas, holísticas ou valvuladas,
e no relógio que marca a hora da morte
ponteiros indicam que a vida apenas começou.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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