quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Auto dos Prantos do Poeta

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Resenha de uma vida
e um anjo que partiu
em redemoinho de fogo
deixando solidão
e, eu já não sei orar
e, eu já não quis morrer
mas, morri;
e o sorriso petrificou-se
nas linhas de uma poesia
tão escassa de sensações
que houve um rio de prantos
mas, a barca seguiu seu curso;
foi a barca de Caronte
nas portas do purgatório
carregando o onzeneiro,
carregando um poeta,
carregando um asceta,
nos batéis de Gil Vicente
que em Cristo era crente
mas morreu dentre seus autos.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Centro de Ufologia Brasileiro

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