Lágrimas e um par de olhos castanhos
que observam os ferimentos mundanos
e na fenda da pedra na montanha, sangue;
sangue do homem, sangue da terra, sangue de mim.
Algum pranto tornou-se catarata pela face
que ressecada pelo tempo, vê o sofrimento
da natureza já não mais intata, já corroída,
carcomida pela fome humana de sempre querer mais.
Lágrimas de uma centena de olhares divinos
que infelizmente já não interferem mais;
e é só a roda kármica a girar, contando o tempo,
contando os pecados e as árvores cortadas no talo.
Lágrimas e um par de olhos castanhos
tão chorosos pelos ferimentos à natureza
mas, ainda há pássaros, fugiram para meu beiral,
fugiram para a cidade, na mata já não há lugar para animal.
Desmatamentos, prantos, ventos, poluição;
toda ganância incontida, ações sem coração, sem reação,
e a nossa mãe, lar magnânimo em formosura,
renascerá, e o maldito homem padecerá em amargura.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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