Nessa prece que é de poesia
entrego todos os meus pecados
até os segredos já soterrados
de outras vidas desmerecidas.
E o verso é de pura oração
além da angústia do coração
que quer amar, que quer perdão;
mas são delírios de comiseração.
Rimo juntando as mãos calejadas
e os joelhos dobrados nas madrugadas
velando olhares de introspecto,
cuidando as atrocidades do interior
da consciência que pede clemência;
gritos afoitos, ingênua demência,
e já é um tempo além do tempo
que eu relembrava encarnações.
Nessa prece que é de poesia
peço a misericórdia da noite,
da estrela, da morte e da vida
que segue inexata e metamórfica.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário