Do dia frio um sentimento merencório
mas, a poesia aquece, reanima
toda a fragilidade que coexiste
nessa simbiose humana e triste.
Do dia frio um bafo quente enevoado
mas, o beijo do silêncio entrecortado
pela lâmina afiada do destino;
pelo bucolismo que antevê o desatino.
Do dia frio aquelas dores lancinantes
mas, meus ossos rangem com o tempo,
na cidadela que criei imageticamente
somente para morar perto do céu.
Do dia frio uma manhã ensolarada
e os pássaros, são fuligens matutinas
sobrevoando pelos jardins tão ressecados
onde plantei aquele livro resumido.
Do dia frio o meu calor sacode infernos
d’onde roubei as folhas secas do inverno
para riscar livre e profundo esse poema
e relembrar alguém que ler das nostalgias.
Do frio das letras douradas, condecoradas,
um sentimento desconexo enviesado
que solitário faz-se sombrio e iluminado
nesse obscuro contemplar d’algum final.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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