O poeta é ser complexo,
convexo em seus reflexos
que dão vida ao inanimado
que transcrevem o inacabado;
e das flores da Capadócia
ele copia as cores, inventa olores
tão mágicos quanto os feitiços
criados em cada estrofe sua.
O poeta é ser e não ser,
remoendo o tudo e o nada,
dando nomes ao inominável
que ele espia, que ele recria;
e dos céus e rios imaginários
ele rouba a vida, ele voa pássaros,
em asas de grifos e tapetes árabes
vislumbrando em seus sonhos o amanhã.
O poeta é um dialeto, repleto
de sóis e luas, de solidões e alegrias,
magias tão antigas como o tempo
que ele rima, que ele canta, que ele cala;
e no momento de silêncio ele vê a inspiração.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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