Quando um poeta entristece seus versos de amor
desaba em torrentes descrentes o seu coração
e as flores tão lindas não são mais bonitas
e a chuva que precipita não lava sua alma
e o mundo ilusório arrebenta tirando seu chão.
Quando o poeta adormece seus versos de dor
desaba as estrelas em cascatas de desilusão
como erudito se despindo das letras
como a ave presa e triste em seu cárcere
seu mundo e suas asas perdem a força e a cor.
Quando o poeta de asceta se veste
e em ouro as palavras na mente reveste
buscando na noite as verdades e sonhos
o riso da moça sincera relembrando
e o mundo insano degola o seu parecer.
São mil devaneios no esteio da lida
é seu sofrimento nessa amarga vida
é a poesia que brota em jardins desiguais
deixando seus olhos rubros e marejados
deixando em suas rimas desalentos sem paz.
Quando o poeta entristece seus versos de amor
é como campos desmatados sem comiseração
é o peito ofegante o bastante pra fazer morrer
é o espírito recluso no corpo querendo viver
essa senda eterna sem deixar o riso esmaecer.
Jonas
Rogério Sanches
Imagem: Google
Imagem: Google
E o poeta nos oferece versos tão sonoros e delicados. Amar é um verbo que muitas vezes a alma conjuga em versos tristes.
ResponderExcluirLindo dia!
V.
Tristes mesmo...e mesmo triste, é lindo!!
ResponderExcluirBeijinhos!!♥