Pensei em ontem e no amanhã
mas, o agora é o que deixo resplandecer
seria porque é todo um paradoxo
de uma senda ainda muito pouco compreendida?
Sei que vou seguindo e vou falar do eterno;
vou falar daquele momento inacabável
que não é passado nem é futuro;
é somente um instante que não termina.
Inferno? Céu? Nada disso é coerente;
são artifício usados covardemente
para manter o rebanho vulgar na linha
e, isso é fora de toda a benevolência.
Religiões milenares e promiscuas
que matam e enterram sonhos em uma missa
e, não podem revelar os mistérios
pois, destituir-se-iam de seu poder.
Tenho medo às vezes do que eu mesmo penso
pois,já foram
queimados pela ideia de um mundo redondo;
imagine se eu dissesse que o amanhã é uma ilusão
e fosse execrado pela ingrata multidão.
Mas não, eu penso um pouco no que digo
sei dos riscos da liberdade e da palavra
sei da morte cruel imposta ao que sabem demais
e sei que seria dito insano e mais nada.
Pobre aquele que reflete em mim
pois, é um ser que teme a injustiça
e tem que calar diante a ingratidão
que evolui com a fome em todo lugar.
E mais, sou poeta de alma transparente
que escreve para si o que sente
e destemido voa por todas as evidências
que são os espelhos de todas as carências.
Queria poder nascer e também poder matar
essa grande fome, mas, não sei agir
nem sei mentir diante essa podridão
que esfola o justo sem comiseração.
Queria poder salvar meus filhos
mas, nem nasceram ainda e eu choro
pelos filhos despidos de todo futuro
pelos medos caindo por detrás dos muros.
Queria pode dormir em paz transcendente
mas, o que vejo e o que sinto é fremente
e as coisas estão fora de seus lugares
as famílias estão abandonando seus lares.
E, eu continuarei a trilha dos axiomas mágicos
escondidos em poemas quase sem sentido ao vulgo
que ainda tenta se equilibrar por sobre o lodo
mesmo sabendo que a queda é inevitável.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário