Tantos são os deuses e os diabos
que abençoam e amaldiçoam
mas, o homem é o escolhedor dos passos
e eu na poesia sou mais que embaraço.
Tantos são os amores e os desafetos
que louvam e matam os corações
mas, há paixões que rasgam eras
e o homem que ama de verdade rouba sóis.
Eu aqui me resguardando da chuva ácida
que sulforosa corrói todos os guarda-chuvas
mas, os meus castelos não são de areia
eles são de sonhos petrificados em um grão-vizir.
E eles me olham ociosos pelas janelas do trem;
trem da vida, trem da morte, trem descarrilando
e eu aceno com minhas asas de topázio
e eu ofereço açucenas e begônias a menina órfã.
Tantos deuses e diabos eu conheci na estação
e eram comuns e tinham tristezas e alegrias
mas, o homem construiu céus e infernos
e ali adormeceram todos os momentos e vidas.
Eu olhava tudo pasmo desse precipício sem chão
e eles voaram para longe e abandonaram os homens
e, eu quero ir morar junto com os anciãos de Marrakesh
e, eu quero morrer uma vida de cada vez e deixar fluir.
Jonas
Rogério Sanches
Imagem: Google
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