É tarde de outubro
e já é tarde demais
e o sol se manifesta
e meu peito é trêmulo.
É tarde de outubro
e já vem o arrebol
presenteando com cores
e meu peito é crepuscular.
É tarde de outubro
e já é tardia a vida
aguardando a morte
e meu peito geme.
É tão tarde que nem sinto meus pés
ficarei todos os outubros na varanda
admirando o céu e os pássaros
esperando o próximo cometa passar.
É tarde e já escrevo há muito tempo
e já são páginas de outubros vermelhos
de horizontes rubros e longínquos
onde eu miro e sigo nessa lida sofrida.
É tarde de outubro e eu lamento
e já não enxergo nessa luz diáfana
e já não adormeço há muitos anos
somente sinto essa energia motriz pulsar em mim.
E o amanhã será novamente o presente
quando chegar ao final dos versos dessa tarde de outubro.
Jonas
Rogerio Sanches
Nenhum comentário:
Postar um comentário