É aquela mão balançando o berço
ninando auroras e cantando ao tempo
é aquela senhora rezando o terço
orando há horas pelos seus tormentos.
É o poeta alienando os versos
regendo a orquestra dos pensamentos
é o cordeiro servindo mais um banquete
saciando a fome das formigas e dos leões.
É o marujo saudoso tocando o barco
bebendo as ondas suculentas de Poseidom
é a sereia encantando pescadores famintos
derramando o sangue pirangueiro pelo instinto.
É a lua enfeitiçando os bravos lobos
e se fortalecendo nesse amor entre uivos
é a galáxia inteira se modificando agora
mudando os minutos um a um nessa evolução.
E todas as coisas são somente manifestações
dessa roda viva e violenta que renasce a cada trovão
e fulgurante é o espasmo do indubitável universo
que entre suas eternas colisões semeia flores galácticas.
Eu sou aquele jardineiro cósmico e transparente
que faz do seu jardim a semelhança do que observa
que transporta imagens pelos caules inatingíveis
que suportam todos os floresceres e padeceres.
E a vontade criadora é nascida no ventre de Noús...
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: A Tábua de Esmeraldas
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