Há um tédio afiado
cortando a noite fria.
Eu entrecortando o vento
e as folhas escorrem com o inverno.
Ruas e assovios entre piados,
corujas alimentam essa imagética
entre as luzes abafadas curiangos
hipnotizados pela torre do sino.
E no limiar de um festim mágico
sou corroído pelas doze badaladas,
e o feitiço se desfaz mais uma vez
então mergulho em um casulo.
E dão-se todas as sete metamorfoses
minhas asas agora têm hieróglifos de Thot
e minhas penas têm dois gumes afiados,
espero somente o entardecer das minhas novas cores.
Há um tédio afiado
entrecortado por paciências eternas
que riscam céus e firmamentos de giz.
Onde estarão minhas cores terminais?
Eu preciso voar novamente.
Eu preciso adormecer em auroras boreais
e em oceanos congelados ressurgir
para ir ao sol fundir-me à cor primordial.
Então renascerá a aquarela de Poimandres
e todos os véus iluminar-se-ão de uma noite de estrelas
onde incessantemente são moldados em barro cósmico
a vontade incontestável do Incompreensível artesão da vida.
Jonas
Rogerio Sanches
Jonas, gostei muito do que e vi neste bem cuidado espaço, que já estou seguindo.
ResponderExcluirAbraço.
Gilson.
Muito obrigado pela visita e por seguir Gilson.
ExcluirGrande abraço!!