Vou atravessar os limites da consciência
E riscar o céu em poesias e sacrilégios
Recolhendo os fragmentos dos planetas
Que estilhacei com meus karmas alegóricos
Vou saltar nessa imensidão hipotética
Procurando as asas que roubaram dos anjos caídos
E entre as ninfas enfeitiçadas lançarei quimeras
E seus sonos não serão mais de mil anos
Vou desobstruir os canais energéticos
E gritar meus chakras em dimensões espaciais
Correndo por entre as cósmicas maravilhas desconhecidas
Que abrangem todos meus sentidos e percepções
Vou descer aos porões proibidos do limbo
Para resgatar todas as almas das minhas vidas
E restituirei minha família de luz e espiritual
Sofreguidão não me arrebatará mais
Somente idas e vindas entre mundos e mundos
Estrelas apagadas se incendeiam com a vontade
Vou subir com elas em fusões nucleares
E brilharei no olhar todas as cores desse existir
Somente idas e vindas entre vidas e mortes
Extintos eus decrépitos destituindo Atlântidas afogadas
Sonhando os sonhos de infernos e céus
Morrendo e renascendo incessantes vezes
Vou esperar os outros milhares de espelhos
Derreterem-se novamente em areias brancas
Para refletir os versos alucinados de uma borboleta
Ou copiar em papel carbono os resquícios de eu mesmo
E um amanhecer mortificado ressuscitou da noite esquecida
Para eu poder colher as flores mortas desse fúnebre mistério
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Ascensão de Salvador Dali
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