Deixarei toda poesia esvair-se de mim
E nas sarjetas enxurradas de palavras
Lavando os dicionários aposentados
Deixados na gaveta do criado mudo
Deixarei as luzes artificiais apagadas
E iluminarei as frestas com meu olhar
Sobrepondo sombras atrás de você
Quando as curvas do tempo se dissolverem
Deixarei os livros antigos em uma mercearia
E os comerciantes aprenderão os modos necessários
Enquanto os transeuntes continuam suas sendas
Em ruas paralelas cobertas de estórias e histórias
Deixarei algumas rosas no seu travesseiro
Enquanto você se banha ao luar de agosto
Os perfumes celestiais, eu roubarei em frascos
E derramarei gotas de orvalho no seu amanhã
Para que se refresque em lembranças vivas
E eu seja a marca inviolável no seu coração
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
Linda a poesia Jonas. Há quem tenha medo de falar da morte, mas quando acreditamos que morte é vida, fazemos até poesia... Um abraço!
ResponderExcluirMuito obrigado pelo seu apreço Cristina, tenha uma semana abençoada!!
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