sábado, 14 de julho de 2012

A Cantiga do Coelho de Alice

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Hoje aqui com o meu coelho branco
Plasmando seres de barro e alfafa
Eu e a vida em acordes de guitarras
Com asas eu compro os infinitos cimos nevados

Eu aqui ouvindo White Rabbit
E os acordes têm cores de morte
Mas meu caixão é de diamante
E ali jazem as cinzas dos sábios

Eu aqui com meu cavalo branco
Meia dose e icebergs antárticos
Estremecem meus pensares
E a morte espreita e degusta vidas

Venha meu nobre coelho branco
E vamos cavalgar com Alice em sua prisão de alucinações
Colhendo cogumelos de ouro e fantasmagóricos
Venha coelho e traga-me a foice da morte

Enquanto isso as dobradiças temporais ficam rangendo
Eu prefiro viver a não voar pelas galáxias
Se não voastes coelho, levar-te-ia até sua alcova
E dormiríamos cantando todas as cantigas

Mas faremos rodas dançantes circularem as fogueiras
Pois essa é a noite das cantigas do coelho branco
Noite de cantigas moribundas e mortificantes
E serão as cantigas das cantigas de uma vida breve

Se achegue meu nobre coelho
E traga-me Alice e seus cogumelos
Traga também luas falantes e arrebóis de prata
Que cantarão enquanto o sol não surgir

Eu farei com minha flauta mágica vocês adormecerem
E despertarem dentro dos meus sonhos místicos
Vamos Alice... Sorria e adormeça nesse frenesi
Vamos Coelho branco... Adormeça saltitante!

Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Shiori Matsumoto

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