Como aquela música eu vivi
enquanto embalei sonhos
mas era a música da minha vida
e cessou naqueles dias que correram as lágrimas.
Como aquele pássaro emudecido
eu quis cantar mas apenas calei
e quis voar mas apenas fiquei
enquanto as asas desabrochavam.
Como aquela borboleta silente
eu quis planar, mas, existiram ventanias
e fui carregado por jardins que renasciam
e fui encravado na primavera que chegava.
Como aquela poesia antiga que reescrevi mil vezes
eu fui apagando e refazendo meus passos incertos
e deixei tantas coisas guardadas nas gavetas velhas
que até perdi a chave das portas do mundo.
Como aquele reflexo convexo no espelho eu sou.
Tão complexo e tão pequeno ainda e tão feliz
que levarei algumas sementes no bolso
para quem sabe plantar a árvore das novas harmonias.
Quem sabe eu repouse nos galhos intermináveis do sol
e no final dos pensamentos minha música
volte a tocar pela
eternidade...
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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