Escute o som desse silêncio que permeia
O vácuo intenso do universo pessoal
Onde pintei milhões de estrelas e cometas
Com tintas velhas numa tela de lençol
Agora olhe e veja as formas do invisível
Que preenchem tudo nesse mundo que criei
Sobre alicerce em dimensões de ruptura
Realidades em tons falsos que perjuram
Sinta o olor denso das flores sem perfume
Que eu plantei junto aos rios da existência
Pétalas pálidas foram tingidas de betume
De um brilho cego sob a luz do vaga-lume
Incoerência em atitudes que aprazem
Nessa loucura onde os olhares se satisfazem
Mas abdico desses sorrisos materiais
Pois me cansei dos caminhos intransitáveis
Venha comigo e olharemos pelos espelhos
Enfrentaremos aquilo que mais tememos
O microcosmo incompreendido interior
Onde os flagelos inconscientes causam dor
Também veremos aqueles homens antigos
Que éramos quando o sol ainda brilhava
Agora somos uma frase mal escrita
Que solitária e indefesa a alma grita
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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