E se eu versar a morte,
serei breve e melancólico
falarei da alma indômita
nos seus dias merencórios.
E se eu versar a vida,
serei mais que uma ferida
falarei da minha lida
nos meus dias simplórios.
E se eu versar a noite,
serei como a dor do açoite
falarei das almas livres
recolhendo seus espólios.
E se eu versar ao dia,
serei luz ensolarada
com alma desacabrunhada
que nasceu na madrugada.
Mas eu versarei a flor
que é donzela em meu jardim,
que se veste só para mim
em seu tom multicor.
Mas eu versarei amor
que é combustível de viver
com um pouco de prazer,
com um pouco de torpor.
Mas eu versarei ao céu
ou talvez ao mausoléu
onde eu guardei estrelas
dentro do meu chapéu.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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