Amanheço sem a tal inspiração
então eu busco na mente o recomeço
de uma vertigem algoz do coração
e num vislumbre então me reconheço.
Amanheço sem a comiseração
então eu olho para o sol e desvaneço
no peito brota uma nova sensação
de um teor lúgubre que desconheço.
Manhã de aurora plúmbea distorcida
por onde a vida nua então é conduzida;
transmutação de almas em firmamentos
por onde vão estrelas e trejeitos,
por onde vão os agouros dessa lida,
por onde nascem versos de sonetos.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Anthology by Craig Parker
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