Poseidon afogado em mares fragilizados
e saxofones em solos de alguns martírios,
minha poeticidade vem nas manhãs de junho
e nas festas de Juno novas guerras vãs.
Cataclismos poéticos colhidos nas campas
e pelas casas dos poetas mortos, cruzes;
crucifixos pendem nos pescoços atrozes
de falsos deuses com seus olhos e algozes.
Um blues jazzístico ecoa pelos pensamentos,
alternativas visionárias de um calabouço vazio
por onde os sons dos gritos escorreram outrora
e agora é só essa recordação deveras sem nexo.
Camélias circundam jardins circuncidados
por outras religiões, não àquela das flores;
regiões inóspitas esquadrinhadas nas madrugadas
por onde minh’alma caminha sombria e só.
Poseidon ressuscitado e um estandarte azul
flamula em uma proa repleta de ninfas e sereias,
minha poeticidade vem nas manhãs de junho
e meus anseios pueris partiram com as ondas do mar.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário