Dos pensamentos daquele menino nasciam novos universos, era
ele o menino-verso, seu olhar era transverso e via tudo em seu inverso, em suas
cores pinturas de dores, flores e amores, em seu tato um rastro de imaginação
que nascia da sensação inadequada de quando alguém murmurava algo que feria
seus ouvidos, era ele esse menino, menino-verso, às vezes do mundo desconexo,
pois seu eu era complexo, amplexo, convexo com sintaxes de uma nave que o
carregava daqui pra lá, de lá pra cá, sem saber onde pousar, menino esse que só
queria cantar, menino-verso, menino que só queria versar, explorar novos
mundos, velhos submundos, fantásticos supra mundos, era ele esse menino,
menino-verso, ambíguo e simplista, sua imaginação se perdia em sua vista helenista,
seu arrebol era um canto sideral que acalmava o animal que habitava em seu
peito quando estava no leito de um rio de estrelas dos seus pensamentos, era
ele transverso, imerso em seus versos, era ele um eu complexo, eu era ele e ele
era eu, éramos o menino-verso.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Benjamin Lacombe
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