sábado, 19 de outubro de 2013

Barganhas

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Eu não vendi a minha alma
só emprestei-a ao infinito
alguns instantes, algumas vidas
que passaram em um minuto.

Eu não vendi os meus pertences
só emprestei-os para as estrelas
e dos meus ossos algumas cinzas
e a minha essência verdadeira.

Eu não vendi os sentimentos
só enterrei-os numa geleira
e foi tão frio meu coração
então morri sem pranto algum.

Ressuscitei-me entre os dentes
da velha carcaça do dragão
e foram labaredas, foram vertigens
e meus tentáculos eram de luz.

Eu não vendi os meus sonhos
apenas emprestei-os ao tempo
que passa tão depressa eternamente;
e no fim das contas era apenas uma poesia.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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