Vagarosamente glórias
tão abstratas quanto eu
e a caneta e o caderno
em um bafo de verão
ou um trepidar de inverno.
Vagarosamente ela passa
tão abstrata quanto os sonhos
e sua saia rodada balança
em uma suave dança
e seu sorriso é tal qual criança.
Vagarosamente a primavera
desabrochando abstrata
entre bochichos de rosas
entre olhares de violetas
e o amanhã será mais cores.
Vagarosamente a poesia
tão abstrata quanto meu sentir
que é tato e contemplação
que é amor e é coração
titubeante entre estrelas.
Vagarosamente vou partir
e deixarei abstrações múltiplas
e deixarei distrações rútilas
e nas palavras derradeiras
uma marca indelével de mim.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Horst - Fischer
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