Ouço a música
tão rústica
de um roçar do ossos
e de um certo ócio
sem prognóstico;
semente germinando
é o cantar da vida
quase linda
do som da flauta
na nota que falta
para anoitecer,
para amanhecer
ou então o endiecer
na palavra inexistente
e o verbo suplente
em voz de gente
e na cor do transparente;
e é sem melodramas
as guitarras ardidas
e os tímpanos avulsos
olvidam coisa nenhuma
mas, os gritos e gemidos
calaram as velhas donzelas.
Ouço a música
e existem ecos
reflexos dos ossos,
mortos e calabouços,
cadafalsos e cadáveres
numa cena de guerra
numa cova na terra
ou em um campanário;
e ouço os sinos
a missa vai começar...
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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