Vai poeta na noite se vislumbrar
compondo cantigas de roda
até mais um dia raiar e trazer o sol alegria
na tez corada da face do amor.
Vai poeta e encante as estrelas do mar
num barco sozinho no espaço
que distante navega sem portos
em mundos de vivos e mortos.
Vai poeta e cante sua vida em sepulcro
na terra que já foi distante
e agora foi antes além até da mesmice
que é renascer e viver todas as promessas.
Vai poeta e escale a montanha da vida
e as flores mais belas colha para sua querida
e os olores mais raros guarde em frascos herméticos
e carregue-os em alforjes sutis de conhecimento.
Vai poeta e adormeça em crateras da lua
ou apena declame na rua
ou na alcova onde ela está nua
entre os sonhos secretos de uma poesia.
Vai incansável poeta e derrame seu sangue
no bico da pena entrelinhas às letras serenas
de uma fórmula mágica de um livro perdido
onde grafaram poesias rupestres sem sensações.
Vai poeta e retorça as arestas do tempo
e nas curvas atemporais pare e reflita
sobre quão vago é cada olhar espacial
que lançaste sobre os cadernos dos julgamentos.
Vai poeta que contigo irei mais que depressa
e juntos nas plêiades retesaremos nossas ideias
tornando-as vociferantes como mil gritos
ou apenas nos escondendo por detrás dos mitos.
Vai poeta e nas suas andanças cante serestas
e dance no baile estelar suas cantigas de ninar
pois, estarei contemplando lunetas aos firmamentos
esperando vislumbrar o nascer da sua estrela.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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