Desgastes naturais
e minhas pernas cansam
de galgar degraus
e não chegar
e não há parada
somente solas de sapatos
rústicos demais
e não há asas
somente Ícaro no funeral
de cera
de choro
de lugar nenhum
ou de todas as esquinas,
e há murmúrios
e há crítica
mas, sem sequelas
e sem chapéu ao sol
e sem guarda-chuvas
mas, contínuos trovões
nascidos dos relampejos
ou do ventre do céu
que pariu historias
e pariu outro céu
sem estrelas
sem pássaros
sem paraísos...
Já não há infernos
nem há mais o purgatório
somente um sorriso
no limbo cotidiano;
e almas desgastadas
de sofrerem tão sós.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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