Lá no galho da mangueira
um sabiá se aconchegou,
seu olhar triste e profundo
ante um mundo sem amor,
do seu peito de repente
um arguto som soou,
foi momento glamoroso;
foi seu canto mavioso.
Lá no galho da mangueira
pousa pardal e corruíra
e quando chega o tico-tico
se inicia a cantoria,
coleirinha e bigodinho
são contrastes à estação
e o melro com seu esmero
faz dueto com o tecelão.
Lá no galho da mangueira
na noite canta o urutau
que matreiro se camufla
em um pedaço de pau
e a coruja-buraqueira
em noites de lua cheia
com olhar de sinistreza
pia junto à tordoveia.
Lá no galho da mangueira
o esplêndido uirapuru
trina seguindo a rendeira
e também o taperuçu;
cantam, trinam, estribilham,
enchem a vida de alegria,
com suas cores e maravilhas
inspiram minha poesia.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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