Inextricável a alma do mundo
com seus pecados infinitos,
inextricável o nó de um marujo
enlaçando a garganta do mito.
Inextricável o olor do feitiço
com seu incenso sobrenatural,
inextricável o teor de um grito
diante da cena sobrenatural.
Inextricável a flor no labirinto
com suas pétalas de cor carmim,
inextricável minha poesia
quando ela explica o que resta de mim.
Inextricável a opção do caminho
de um peregrino na encruzilhada,
inextricável a oração do menino
quando sua fé vale tudo ou nada.
Inextricável como um redemoinho
varrendo pra longe as pás do moinho,
inextricável o fogo do sol
quando se dispersa pelo arrebol.
Inextricável as letras do pergaminho
em língua em desuso no tempo atual,
inextricável é a luz de um poema
quando narra a cena de um dia normal.
Inextricável o clarão da lua
prateando os campos, iluminando a rua,
inextricável a escuridão do planeta
quando não tem lua e não tem estrelas.
Inextricável é o nosso amor
que com seu teor não pode ser desfeito,
inextricável é o nosso clangor
quando sem remorso deitamos no leito.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Natalie d'Alberloff of Blaugustine
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