Na última poesia eu não falarei do dia
e, mesmo sob o açoite não falarei da noite,
e não falarei o verso que é controverso
e, não cantarei a rima que é matéria-prima.
Na última poesia eu não falarei do pássaro
e, mesmo sob a chuva eu não falarei da bruma,
e não falarei em trovas sobre as rosas
e, não cantarei a aldravia sobre a lascívia.
Na última poesia eu não falarei do sol
e, mesmo que seja a lua eu não falarei do arrebol,
e não falarei do soneto em branco e preto
e, não farei cantigas sobre as vidas.
Na última poesia eu falarei da própria poesia
que constrói de verso em verso a minh'alegria,
que na rima imagina o olor da tangerina,
que na estrofe transfigura o que é precoce.
Jonas R. Sanches
Imagem: Google
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